A proposta do Jovens Visando o Futuro surgiu a partir de uma análise que revela o panorama da educação brasileira, especialmente no que diz respeito ao analfabetismo funcional e à defasagem escolar. Dados recentes do Censo Escolar de 2022 mostram uma queda considerável na distorção idade-série no ensino fundamental, passando de 15,6% em 2021 para 13,8% em 2022. Entretanto, o documento indica que as maiores taxas na rede pública estão concentradas nos 7º, 8º e 9º anos, com taxas de 20,7%, 22,3% e 22,4%, respectivamente. Outro dado preocupante é que a distorção é maior entre os meninos em todos os anos do ensino fundamental, em comparação com as meninas. 

Com relação ao analfabetismo funcional, também houve uma queda no cenário geral, porém, continua alto entre os grupos minoritários, especialmente, entre pretos e pardos de 15 anos ou mais. Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD Contínua) mostra que em 2022, o percentual de analfabetismo entre esse grupo era de 7,4%, mais do que o dobro se comparado às pessoas brancas, que foi de 3,4%.

Nos territórios onde o Cultura Urbana atua, a realidade não é diferente do cenário do país. Dos educandos matriculados no projeto, apenas 21% estão em conformidade idade-série. 51% estão com defasagem acima de 01 ano. Deste modo, o objetivo central do Jovens Visando o Futuro é trabalhar a educação numa perspectiva holística, de forma a explorar todos os campos de aprendizagem, lançando bases para o favorecimento de uma formação crítica-reflexiva, a fim de melhorar o processo educativo dos participantes, tornando-os cidadãos conscientes do seu potencial e crescimento. Neste sentido, a educação não-formal é o pressuposto para o desenvolvimento das atividades.